Eu perdoo, mas...Por que é tão difícil?

Eis que em uma das minhas idas ao meu psicólogo, ele solicitou que eu comprasse e lesse um livro e nós iríamos discutindo sobre a leitura durante as consultas, o título: "Eu perdoo, mas...Por que é tão difícil?", de Lourdes E. Morales-Gudmundsson
Basicamente o autor reconstrói a ideia de perdão, principalmente no meio cristão, tira essa percepção romântica e imperativa do assunto, enfim...Alguns textos introdutórios me chamaram a atenção.

"Perdão é o perfume que a rosa deixa no pé de quem a esmaga". Anônimo

O perdão quer que analisemos a nós mesmos e descubramos nossa própria vulnerabilidade em fazer o mal.
O perdão não dá garantias de não sermos outra vez atingidos pelo egoísmo dos outros.
A tendência de odiar está profundamente arraigada em nosso ser, também o amor está tão fortemente, também o amor está tão fortemente ou mais profundamente fixado em nossa psiquê.
O perdão como prioridade adventista, não recebeu o mesmo destaque que o crescimento da igreja, o evangelismo ou mesmo a aparência pessoal têm tido ao longo dos anos.

Há riscos em se lidar com o perdão. O que aconteceria se você perdoasse seu cônjuge infiel, e ele repetisse o erro? O que aconteceria se você perdoasse um colega de trabalho, cujos golpes sutis dados em sua competência estão começando a tomar corpo e ameaçando você a perder o emprego? A maioria das pessoas prefere varrer essas incômodas questões para debaixo do tapete. Afinal de contas, o negócio é "perdoar e esquecer". Aqui está o imperativo, perdoa e esqueça, ponto final. Continua vivendo a vida como se nada tivesse acontecido ou acontecendo, cristão que é cristão aceita tudo, todas as agressões, segue vivendo, perdoando e esquecendo, simples assim. 

As pessoas podem escolher os ombros diante da dor alheia, considerando-a menor que a sua. Mas o fato é que aquilo que aconteceu à outra pessoa, mesmo não tendo acontecido com você, causou dor a ela. e se o que aconteceu a ela causou dor, é porque doeu mesmo! Eis por que a mente não distingue, de fato - como o fazem algumas teologias cristãs - entre pecados mortais e veniais. Se algo dói em alguém, é porque dói mesmo.

As ofensas podem ser de todos os tamanhos e formas, assim como são os seres humanos. Isso explica por que variam nossas respostas às ofensas de qualquer dimensão. O mais interessante é que uma ofensa aparentemente pequena pode desencadear a mesma sequência de emoções negativas que uma ofensa mais grave e notória, como assassinato ou estupro. Tudo depende de quem sofre a afronta. Porque todos sofremos ofensas em certa forma ou grau, o perdão é uma questão que nos toca a todos, especialmente os cristãos.

Por fim, das considerações iniciais, a reconciliação verdadeira ocorre quando há confrontação real do problema, não ocorre com um simples bate-papo, com estratégia de negação, com bilhetinhos trocados, coraçõezinhos recordados, presentinhos trocados, assim não há reconciliação verdadeira.

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