A escolha de liderar.

Esta semana li uma revista que particularmente gosto muito desde a época da faculdade, Você S/A. É uma revista da área de gestão, já fiz muitos trabalhos e artigos usando os textos dela como referência.

Desta vez, o artigo que me chamou a atenção foi do autor Eugênio Mussak, que tem por título "A escolha de liderar". O autor aborda sobre o que é ser líder, a liderança propriamente dito, mas eu achei interessante a ênfase que ele deu para o conceito de escolha.

Para introduzir, lembrei de uma frase que li anos atrás:


"Excesso de escolhas que gera insegurança e ansiedade", que grande verdade sobre o tempo em que vivemos. Pois bem, vamos ao texto de Mussak, quer dizer, partes do texto, com meus humildes comentários.

"Por um instante, fui retirado da leitura do livro pela pergunta da aeromoça americana, que estava apressada em servir o almoço e queria saber se eu preferia carne, peixe ou massa: "Excuse-me. Meat, fish or pasta?" Fiz a minha escolha, para logo depois ouvir: "And for starter, soup or salad?" Puxa, será que ela não ia parar de me fazer escolher? Ainda ia perguntar, claro, se eu preferia sobremesa, frutas ou queijos; se ia tomar vinho; se seria branco ou tinto; se a água seria com gás ou sem gás.

Quando desisti de ler porque havia perdido a concentração liguei a TV e tive de fazer vários comandos até chegar aos filmes, para então me dar conta de que tinha de optar entre, drama, aventura, comédia, clássicos e sei lá mais o que, para então chegar a uma imensa lista de filmes disponíveis...

Ter de escolher acaba gerando um momento de ansiedade (Ou momentos de ansiedade, dependendo do grau de complexidade da escolha. No meu caso, devido o meu temperamento, gera extrema ansiedade, que já estou aprendendo a trabalhar com isso. Meu terapeuta tem trabalhado bastante comigo, hehe. Pensando bem, todas as escolhas são importantes, por menores que sejam, então por que elas não nos causam tanta ansiedade? Porque não paramos para pensar que estamos escolhendo, ou porque no nosso julgamento as consequências das pequenas escolhas não são tão significativas.), pois a escolha SEMPRE pressupõe renúncia (Achei isso fabuloso, como nunca havia parado pra pensar assim?).

Eu não podia comer carne, peixe e massa. Não no mesmo voo. Tinha de escolher um e abrir mão de dois. "Assim é a vida", pensei. (Agora, eu também pensei. Ora, se tenho que escolher entre A ou B, se escolher B estarei renunciando a alternativa A. E o que são essas nossas renúncias? No que diz respeito as minhas últimas escolhas, o que eu tenho renunciado, consequentemente, o que eu tenho escolhido? Pensei no perigo de não exercitar tomar pequenas grandes escolhas, as chances de tomar terríveis grandes escolhas serão muito grandes com consequências catastróficas).

Como toda escolha pressupõe renúncias, ao escolher ser um líder você está abrindo mão do conforto de não liderar, de simplesmente seguir. Liderar é fazer escolhas, e quem não está disposto a fazê-las em nome de outros, e responder por elas, não está preparado para liderar. Mas tudo bem, alguém tem de liderar e alguém seguir.

Não deseja fazer escolhas? Faça voos curtos. Neles a aeromoça oferece uma barrinha de cereal. Fica mais fácil. Ainda que isso também seja uma escolha..."(E para os que escolherem não escolher tanto, existe a possibilidade de viver a vida mais simples possível e se envolver com um número reduzido de pessoas. Isso também é uma escolha, pois um outro tipo de vida estará sendo renunciada. Ah, quanto a barrinha de cereal, há a possibilidade de comer ou não a barrinha, também já é uma escolha). 

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